
A frota mundial de navios porta-contentores inactivos manteve-se abaixo de 1% da capacidade total no final de 2025, confirmando um dos níveis mais baixos registados nas últimas décadas e sinalizando um mercado ainda fortemente pressionado do lado da oferta.
De acordo com os dados mais recentes do sector, a capacidade inactiva rondava cerca de 250 mil TEU no fecho do ano, num universo global que já ultrapassa os 30 milhões de TEU. Este valor inclui navios em paragem temporária, manutenção prolongada ou sem colocação comercial imediata, ficando muito aquém dos níveis observados em períodos de desaceleração anteriores. A persistência de uma frota praticamente toda absorvida pelo mercado resulta de vários factores combinados. Por um lado, a procura manteve-se resiliente em 2025, apesar do abrandamento económico em algumas regiões e da volatilidade geopolítica. Por outro, as disrupções em rotas estratégicas, nomeadamente no Mar Vermelho, levaram ao alongamento das viagens e à necessidade de maior capacidade efectiva para assegurar os mesmos volumes.
Mesmo com a forte entrada de novos navios ao longo do ano, as companhias conseguiram absorver essa capacidade adicional através da gestão activa das redes, da introdução de serviços suplementares e da adaptação dos itinerários. O resultado foi um mercado com escassa margem de capacidade ociosa, sobretudo nos segmentos de médio e grande porte. Os analistas sublinham, contudo, que esta situação poderá alterar-se em 2026, à medida que novas entregas continuem a chegar aos estaleiros e caso se verifique uma normalização das rotas actualmente afectadas por constrangimentos de segurança.
Ainda assim, o fecho de 2025 confirma que o sector entra no novo ano com uma frota largamente empregue e com níveis de inactividade historicamente reduzidos.