Encomendas de novos porta-contentores disparam e fazem de 2025 um ano histórico para os estaleiros.

O ano de 2025 está a afirmar-se como um marco sem precedentes na encomenda de novos navios porta-contentores, com os armadores a colocarem volumes recorde de contratos junto dos estaleiros navais, apesar de um contexto marcado por incerteza no comércio global e por excesso de capacidade em algumas rotas. Os dados mais recentes do sector indicam que o número de navios encomendados ultrapassa largamente a média histórica, reflectindo uma aposta clara das grandes companhias de transporte marítimo na renovação e modernização das suas frotas. Em muitos casos, estas novas encomendas destinam-se não apenas a aumentar capacidade, mas sobretudo a substituir navios mais antigos e menos eficientes.

A pressão regulatória relacionada com a descarbonização do transporte marítimo surge como um dos principais motores deste ciclo de investimento. Os novos porta-contentores incorporam soluções tecnológicas orientadas para a redução de emissões, incluindo motores preparados para combustíveis alternativos, maior eficiência energética e sistemas avançados de optimização do consumo.

Paralelamente, a instabilidade geopolítica e as perturbações persistentes em corredores estratégicos, como o Mar Vermelho, reforçaram a necessidade de frotas mais flexíveis e resilientes. Para muitos armadores, assegurar slots de construção nos estaleiros tornou-se uma prioridade estratégica, num mercado em que a capacidade de construção disponível começa a dar sinais de saturação.

Apesar do dinamismo nas encomendas, vários analistas alertam para o risco de um novo desequilíbrio entre oferta e procura no médio prazo, sobretudo se o crescimento do comércio mundial não acompanhar a entrada em serviço destes navios a partir de 2027 e 2028. A memória do excesso de tonelagem registado em ciclos anteriores continua presente no sector.Ainda assim, os armadores parecem dispostos a assumir esse risco, apostando que a combinação entre renovação de frota, exigências ambientais e reorganização das cadeias logísticas sustentará a procura por navios mais modernos.

Para os estaleiros navais, 2025 já é visto como um ano excepcional, com carteiras de encomendas cheias e prazos de entrega a estenderem-se por vários anos.

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