Bruxelas volta a proibir a pesca no Golfo da Biscaia em 2026 para proteger os golfinhos.

A Comissão Europeia decidiu renovar, em 2026, a proibição temporária da pesca em vastas áreas do Golfo da Biscaia, numa tentativa de travar a elevada mortalidade de golfinhos resultante de capturas acidentais. A medida, que já foi aplicada em anos anteriores, incide sobretudo sobre artes de pesca consideradas de maior risco para estas espécies protegidas. A suspensão abrangerá novamente os meses de Inverno, período em que se regista um aumento significativo de encalhes de golfinhos nas costas de França e Espanha. Estudos científicos indicam que muitos destes animais morrem após ficarem presos em redes de pesca, fenómeno que tem gerado crescente preocupação entre investigadores, organizações ambientais e instituições europeias.

Bruxelas sustenta a decisão com base em pareceres científicos que apontam para a necessidade de reduzir drasticamente as interacções entre a actividade piscatória e os cetáceos. Segundo a Comissão, as restrições temporárias demonstraram eficácia na diminuição das capturas acidentais, ainda que os resultados fiquem aquém dos objectivos de conservação a longo prazo.

A decisão volta, no entanto, a gerar contestação no sector das pescas. Associações de armadores e pescadores alertam para o impacto económico da medida, sublinhando que a paralisação forçada afecta rendimentos, emprego e a sustentabilidade de muitas comunidades costeiras dependentes da pesca no Golfo da Biscaia.

Em resposta às críticas, a Comissão Europeia afirma que está a trabalhar em soluções complementares, incluindo o desenvolvimento e a adopção de tecnologias de mitigação, como dispositivos acústicos dissuasores e alterações nas artes de pesca, com o objectivo de compatibilizar a protecção dos cetáceos com a continuidade da actividade económica. A renovação da proibição reflecte o equilíbrio delicado que a União Europeia procura alcançar entre a conservação da biodiversidade marinha e a viabilidade do sector das pescas, num contexto de pressão crescente sobre os ecossistemas oceânicos.

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