CMA CGM testa regresso ao Canal do Suez com mega-navio.

O armador francês CMA CGM voltou a fazer passar um navio porta-contentores de ultra grande dimensão pelo Canal do Suez, num sinal cauteloso de reaproximação a uma rota que continua marcada por riscos de segurança no Mar Vermelho.

A travessia surge numa fase em que os principais operadores admitem que o tráfego regular apenas deverá regressar em pleno a partir de 2026. O navio, com capacidade superior a 18 mil TEU, integrou uma passagem pontual e cuidadosamente planeada, numa altura em que a maioria das grandes companhias de navegação mantém o desvio pela rota do Cabo da Boa Esperança, apesar dos custos acrescidos em tempo e combustível.

Segundo analistas do sector, esta operação da CMA CGM não representa ainda uma retoma generalizada do uso do Canal do Suez, mas antes um teste operacional e estratégico. A instabilidade provocada pelos ataques a navios comerciais no Mar Vermelho continua a pesar nas decisões das armadoras, que privilegiam previsibilidade e segurança das tripulações e da carga. O próprio mercado reconhece que, mesmo com melhorias graduais na situação geopolítica, a confiança necessária para um regresso massivo ao Suez levará tempo a reconstruir.

As previsões mais consensuais apontam para 2026 como o ano em que o tráfego poderá aproximar-se novamente dos níveis anteriores à crise. Até lá, a navegação internacional deverá continuar a funcionar em modo híbrido, alternando entre desvios longos e passagens selectivas, num equilíbrio delicado entre custos logísticos, risco operacional e pressão sobre as cadeias globais de abastecimento.

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