
Os fundadores do grupo Mediterranean Shipping Company (MSC), Gianluigi Aponte e família, figuram na 44.ª posição do ranking das maiores fortunas mundiais, referidos na última lista da Forbes, com um património estimado em mais de 30 mil milhões de dólares.
A subida da família Aponte neste ranking internacional confirma o peso crescente do grupo MSC na economia global e, em particular, no sector do transporte marítimo e da logística integrada.
Fundada em 1970, a MSC transformou-se, nas últimas décadas, no maior operador mundial de transporte de contentores, ultrapassando concorrentes históricos como a Maersk. O crescimento acelerado da empresa assentou numa estratégia agressiva de investimento em frota, aquisição de navios de grande capacidade e expansão para áreas complementares, como terminais portuários, logística terrestre e cruzeiros, através da MSC Cruises.
A valorização do património da família Aponte está intimamente ligada aos resultados excepcionais obtidos pelo sector durante e após a pandemia, período em que as cadeias logísticas globais sofreram fortes disrupções e as taxas de frete atingiram máximos históricos. Embora o mercado tenha entretanto entrado numa fase de correcção, a MSC manteve uma posição dominante, reforçando a sua influência nos principais corredores marítimos internacionais.
Para além da operação marítima, a MSC tem vindo a apostar de forma crescente no controlo de infraestruturas estratégicas, nomeadamente terminais portuários na Europa, Ásia, África e Américas, consolidando um modelo verticalmente integrado. Esta estratégia tem levantado debates no seio da União Europeia e das autoridades da concorrência, sobretudo quando envolve a entrada do grupo em terminais considerados sensíveis do ponto de vista logístico e geopolítico.
A presença dos fundadores da MSC entre as maiores fortunas mundiais simboliza não apenas o sucesso empresarial do grupo, mas também a centralização de poder económico no transporte marítimo global, um sector cada vez mais dominado por um número reduzido de grandes operadores. Num contexto de incerteza económica, transição energética e reconfiguração das cadeias de abastecimento, o papel da MSC continuará a ser determinante na definição do futuro do comércio marítimo internacional.