
A eventual entrada da MSC na estrutura accionista do terminal de contentores operado pela Hutchison no porto de Barcelona está a suscitar reservas junto da Comissão Europeia, que acompanha o processo com particular atenção devido a preocupações relacionadas com a concorrência e a concentração de poder no sector portuário.
Segundo informações avançadas pela imprensa espanhola, Bruxelas receia que a operação venha a reforçar excessivamente a posição da MSC num dos principais portos do Mediterrâneo Ocidental, onde o armador suíço já detém uma presença significativa em terminais e serviços marítimos. A entrada num activo controlado pela Hutchison, um dos maiores operadores portuários globais, poderá alterar equilíbrios concorrenciais e condicionar o acesso de outros armadores à infraestrutura.
A Comissão Europeia analisa ainda os impactos que esta operação poderá ter na neutralidade operacional do terminal, num contexto em que a integração vertical entre armadores e terminais tem vindo a intensificar-se nos últimos anos. A possibilidade de um grande cliente passar a ter influência directa na gestão do terminal levanta dúvidas quanto à igualdade de tratamento entre utilizadores e à transparência das decisões operacionais.