
O superávit comercial da China ultrapassou, em 2025, a marca inédita de um bilião de dólares, consolidando o país como o principal eixo das exportações mundiais e reorganizando profundamente os fluxos globais de transporte marítimo em contentores. Apesar de tensões comerciais e de medidas tarifárias aplicadas por alguns dos seus maiores parceiros, a China conseguiu manter um ritmo de exportações suficientemente robusto para alimentar este excedente histórico, sustentado pela diversificação de destinos e pela crescente procura em mercados emergentes na Ásia, África e América Latina.
Este quadro económico traduz-se directamente no sector marítimo: o volume de mercadorias carregadas em portos chineses aumenta, elevando a pressão sobre rotas transpacíficas, asiático-europeias e outras ligações intercontinentais. As companhias de navegação respondem com maior rotação de contentores, reforço de capacidade, encomendas adicionais de navios e ajustamentos operacionais para acomodar um fluxo cada vez mais concentrado no eixo exportador chinês.
Paralelamente, portos e terminais, sobretudo os de grande escala, enfrentam a necessidade de ampliar infra-estruturas, aumentar produtividade e investir em tecnologia para gerir picos de carga mais intensos e menos previsíveis. O resultado é um redesenho das cadeias logísticas globais, em que o peso crescente das exportações chinesas determina tanto a movimentação de navios como a competitividade portuária, influenciando decisivamente a dinâmica do comércio marítimo mundial em 2025.