Concorrência sobe a fasquia: Marrocos com dois novos terminais de águas profundas.

Marrocos está a avançar com um vasto programa de expansão portuária que pretende reforçar decisivamente a posição do país como plataforma logística entre a Europa, África e as Américas. Entre os projectos centrais encontram-se o Nador West Med, no Mediterrâneo, cuja entrada em funcionamento está prevista para 2026, e o novo porto de Dakhla Atlantique, na costa atlântica, que deverá ser concluído por volta de 2028.

Ambos foram concebidos como portos de águas profundas capazes de receber navios de última geração e de elevado porte, ampliando substancialmente a capacidade nacional de movimentação de contentores, carga a granel e mercadorias diversas. O Nador West Med surge como hub de transhipment e energia, ao passo que Dakhla Atlantique se perfila como um porto multifuncional destinado a servir sectores como a logística, a indústria transformadora e o comércio internacional, além de constituir uma plataforma potencial para actividades ligadas às energias renováveis.

Esta estratégia portuária pretende não apenas captar tráfego marítimo global, mas também estimular a instalação de empresas e indústrias associadas, criando emprego e reforçando o peso de Marrocos nas cadeias de abastecimento regionais e intercontinentais. A localização estratégica, aliada à profundidade natural das infra-estruturas, permitirá acolher mega-navios e aliviar a pressão sobre portos já consolidados, favorecendo ligações comerciais mais rápidas e eficientes com a Europa e com a África Subsaariana.

O sucesso desta aposta dependerá, contudo, da capacidade de execução das obras, da atracção de investimento estrangeiro e da modernização das ligações logísticas internas que sustentam o ecossistema portuário nacional.

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