
O Mediterrâneo enfrenta uma situação crítica, tornando-se uma das regiões oceânicas que mais rapidamente evidenciam os efeitos das alterações climáticas. Dados recentes mostram que este mar aquece cerca de 20% mais depressa do que a média global, com algumas zonas a registarem temperaturas de superfície próximas dos 30 °C, muito acima dos valores históricos. Este aquecimento acelerado está a provocar mudanças profundas nos ecossistemas, com impacto na biodiversidade, na pesca, na aquacultura e nas actividades económicas dependentes do litoral.
A proliferação de espécies invasoras, a mortalidade de organismos sensíveis e o aumento de fenómenos extremos são já consequências visíveis deste desequilíbrio. Para acompanhar esta evolução, iniciativas como o Mercator Ocean International e o projecto European Digital Twin of the Ocean utilizam tecnologia avançada para monitorizar, em tempo quase real, alterações físicas e biológicas no Mediterrâneo.
Contudo, especialistas alertam que o conhecimento, por si só, não basta: é indispensável reforçar a cooperação internacional, reduzir emissões e implementar medidas de adaptação costeira, sob pena de o Mediterrâneo se transformar no exemplo mais evidente da vulnerabilidade dos mares perante o aquecimento global.