
As principais entidades ligadas ao sector marítimo-portuário dirigiram uma carta ao primeiro-ministro, solicitando uma intervenção imediata para desbloquear o conflito laboral que opõe o Governo ao SNTAP, o sindicato que representa os trabalhadores administrativos das administrações portuárias. A paralisação, iniciada em Outubro e já prolongada por várias semanas, tem levado ao cancelamento de numerosas escalas de navios, afectando tanto o transporte de mercadorias como o de passageiros e provocando fortes constrangimentos no funcionamento dos portos nacionais.
De acordo com as associações, os prejuízos acumulados ultrapassam os cinco milhões de euros, resultado directo da suspensão da actividade e de atrasos sucessivos na operação portuária. Criticam ainda o Ministério das Finanças, que acusam de impedir a aplicação de um acordo alcançado em Dezembro de 2024, o que, afirmam, agravou a situação.
Com receio de danos duradouros na competitividade e reputação dos portos portugueses — incluindo a possibilidade de desvios de rotas internacionais e perda de operadores, o sector pede ao Executivo que reabra urgentemente o diálogo e assegure condições de estabilidade para evitar impactos mais sérios na economia.