Portugal perde vantagem comercial com os Estados Unidos após novo acordo.

Durante mais de uma década, Portugal manteve uma posição confortável nas trocas comerciais com os Estados Unidos, vendendo mais do que comprava e garantindo um saldo positivo que se tornara habitual.

Essa tendência, contudo, foi quebrada em Setembro, precisamente no mês em que entrou em vigor o novo acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos, destinado, em teoria, a facilitar o comércio e eliminar barreiras tarifárias.

Pela primeira vez em vários meses, a balança comercial portuguesa com o mercado norte-americano registou um défice, revelando que o novo enquadramento poderá ter alterado as dinâmicas habituais de exportação e importação. Os combustíveis surgem como o principal factor de desequilíbrio, já que o aumento das importações de energia, num contexto de volatilidade dos preços internacionais, pesou fortemente nas contas externas.

Além disso, o abrandamento da procura por alguns produtos portugueses nos Estados Unidos, nomeadamente no sector têxtil e agroalimentar, também terá contribuído para o enfraquecimento das exportações. Enquanto isso, empresas nacionais começaram a enfrentar uma concorrência acrescida de bens norte-americanos, agora mais competitivos após a redução de certas tarifas.

Assim, um acordo que pretendia reforçar as ligações económicas entre as duas margens do Atlântico acabou, para já, por inverter o equilíbrio que durante anos favoreceu Portugal, transformando um parceiro comercial estável num terreno de maior incerteza.

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