
Os portos portugueses movimentaram 7,7 milhões de toneladas em Agosto, um aumento homólogo de 4,9%. Apesar do sinal positivo, o balanço anual continua negativo: desde Janeiro, o total acumulado desceu 7,8%, para 57,5 milhões de toneladas, segundo a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Quase todos os portos registaram crescimento no oitavo mês do ano: Aveiro (+45,6%), Figueira da Foz (+30,1%), Setúbal (+12,9%), Lisboa (+12,5%) e Leixões (+9,3%). O resultado global foi um ganho modesto de 363 mil toneladas. As excepções foram Sines, que recuou 3,5% (-147 mil toneladas), e Viana do Castelo, com uma quebra de 41,5% (-12 mil toneladas).
Sines, que representa 53,3% da carga total movimentada em Portugal, continua a ser o principal ponto de fragilidade. No acumulado do ano, perdeu cinco milhões de toneladas (-14,1%), totalizando 30,6 milhões. Lisboa, Aveiro e Viana do Castelo foram os únicos portos com crescimento positivo no período entre Janeiro e Agosto. Entre as principais tendências, a AMT destaca o aumento da carga Ro-Ro em Leixões (+39,9%), dos produtos agrícolas em Aveiro (+46,2%) e da carga contentorizada em Lisboa (+4,6%). Pelo contrário, Sines registou fortes quedas em produtos petrolíferos (-35,9%) e carga contentorizada (-7,8%).
No segmento dos contentores, o total nacional foi de 2,1 milhões de TEU até Agosto (-4%). Lisboa e Leixões cresceram, mas Sines perdeu 97 mil TEU (-7,3%), sobretudo no transhipment (-11,5%). Apesar da ligeira recuperação em Agosto, o sistema portuário português continua condicionado pela quebra em Sines e pela instabilidade dos mercados energéticos. A retoma mantém-se frágil e dependente da evolução do comércio internacional.