Pressão de Trump congela plano de descarbonização da IMO por um ano

A Organização Marítima Internacional (IMO) adiou por um ano a adopção do “Quadro de Emissões Líquidas Zero”, que visava criar um sistema global de comércio de emissões semelhante ao aplicado na União Europeia. A decisão foi tomada em Londres, após intensa pressão dos Estados Unidos.

A sessão extraordinária do Comité de Protecção do Meio Ambiente Marítimo terminou com 57 países a favor do adiamento, 49 contra e 21 abstenções. A maioria dos países da União Europeia, incluindo Portugal e Espanha, votou contra a suspensão, enquanto Rússia, China e as potências petrolíferas do Médio Oriente apoiaram o adiamento. A proposta foi apresentada por Singapura e pela Arábia Saudita.

Segundo fontes internacionais, Riade alinhou-se com Washington ao propor uma alteração no procedimento de adopção do regulamento — de “aceitação tácita” para “aceitação explícita” —, o que, na prática, poderia atrasar indefinidamente a entrada em vigor do quadro regulatório.

A oposição norte-americana intensificou-se nos dias anteriores à votação. Donald Trump, através da sua conta na rede Truth Social, classificou a medida como “um golpe” e apelou aos países para rejeitarem o plano: “Não aceitarei esta taxa de forma alguma. Não toleraremos preços mais altos para os consumidores americanos”, afirmou. De acordo com diversos meios de comunicação, a administração norte-americana terá exercido pressão directa sobre delegações de países mais vulneráveis, ameaçando medidas comerciais caso não seguissem a posição de Washington.

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