
Entre Janeiro e Julho de 2025, o sistema portuário nacional movimentou cerca de 51 milhões de toneladas, menos 7,3% do que no período homólogo de 2024. Apesar da quebra acumulada, o mês de Julho registou uma recuperação expressiva de 18,8%, atenuando o recuo do primeiro semestre. O contexto internacional manteve-se adverso, com instabilidade geopolítica, custos acrescidos da transição energética e perturbações nas rotas marítimas globais.
O porto de Sines, que detém mais de metade da carga movimentada no país (54,6%), foi o principal responsável pela queda global, registando uma descida de 11,7%, influenciada não só pela redução do tráfego internacional, mas também pelos efeitos prolongados da greve dos trabalhadores portuários, que afectou operações de carga contentorizada e produtos petrolíferos, provocando atrasos e desvio temporário de escalas para outros portos.
Lisboa (+2%), Aveiro (+0,8%) e Viana do Castelo (+12,6%) apresentaram desempenhos positivos, enquanto Leixões, Setúbal e Figueira da Foz recuaram. As principais tipologias, como a carga contentorizada (-4,6%), produtos petrolíferos (-30,4%) e petróleo bruto (-6,1%), concentraram quase 70% da movimentação, embora a carga fraccionada (+31,1%) e o tráfego Ro-Ro (+29,9%) tenham crescido de forma expressiva.
O movimento de contentores fixou-se em 1,9 milhões de TEU (-4,2%), com quebras em Sines e ganhos em Lisboa e Leixões. As escalas de navios diminuíram 2,6%, embora Julho tenha registado ligeira recuperação. Comparativamente, Espanha teve uma queda mais moderada (-2%) e reforçou a sua vantagem em volume. Apesar da retoma pontual em Julho, o relatório alerta que o sector portuário português continua sob pressão, exigindo investimento, estabilidade laboral e modernização para garantir competitividade face aos portos espanhóis.