
As baleias-jubarte que percorrem a costa leste da Austrália estão a iniciar a sua migração para sul semanas mais cedo do que há duas décadas.
Investigadores da Universidade de Queensland atribuíram esta mudança ao aquecimento das águas do Oceano Antárctico, que tem provocado o derretimento do gelo marinho e a redução do krill, principal alimento destas baleias. Em 2003, o pico da migração dava-se no início de Outubro; em 2024, observou-se já em meados de Setembro.Apesar de a população de jubartes ter recuperado de forma impressionante desde o fim da caça comercial — passando de poucas centenas para cerca de 40 mil indivíduos —, os cientistas alertam para possíveis consequências desta antecipação.
A investigadora Rebecca Dunlop salienta que as fêmeas poderão ter menos energia disponível para a gestação e para alimentar as crias, afectando o sucesso reprodutivo. Mudanças semelhantes foram registadas noutras regiões, como a costa oeste australiana e partes da América do Sul, sugerindo uma tendência global. Está agora em curso um novo estudo para verificar se também a migração para norte ocorre mais cedo.
As conclusões foram publicadas na revista Scientific Reports e reforçam o impacto crescente das alterações climáticas no comportamento das espécies marinhas.