
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou através de uma carta divulgada na sua rede social que, a partir de 1 de Agosto de 2025, será imposta uma tarifa de 30% sobre os produtos provenientes da União Europeia. Esta medida aplicar-se-á de forma geral, independentemente de outras tarifas específicas já em vigor. Trump afirma que as empresas europeias poderão evitar esta penalização caso transfiram a produção para território americano, garantindo ainda rapidez na aprovação de projectos, tal como tem feito com outras economias em processo negocial.
Caso a União Europeia opte por retaliar com novas tarifas, Trump avisa que o valor dessas medidas será somado aos 30% já definidos. Segundo o presidente, estas tarifas visam corrigir décadas de desvantagens impostas pelas barreiras comerciais europeias, que contribuíram para défices significativos dos EUA e representam, a seu ver, uma ameaça à economia e à segurança nacional.
Já em Abril, Trump tinha anunciado tarifas de 20% sobre bens europeus, no que designou como o “Dia da Libertação”. Na altura, a União Europeia considerou provável que as tarifas impostas aos 27 fossem superiores às acordadas com o Reino Unido, que havia conseguido, em Maio, um acordo com uma taxa de 10% sobre os automóveis.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu que, devido à complexidade das matérias, só seria possível alcançar um entendimento preliminar em 90 dias. Bruxelas mostrou-se disposta a aceitar tarifas universais de 10%, desde que sectores chave como farmacêuticos, semicondutores, aviação civil e bebidas alcoólicas fossem isentados — proposta que não teve seguimento.
A par da Europa, Trump decidiu aplicar a mesma tarifa de 30% sobre as exportações do México para os Estados Unidos.
Entre os países europeus cresce o consenso de que não se pode aceitar esta decisão sem resistência. Alemanha e França, as principais economias do bloco, alertam para os efeitos potencialmente devastadores sobre os 27, indo muito além das empresas exportadoras. As consequências seriam particularmente graves para a indústria automóvel, farmacêutica, de maquinaria e tecnologia, bem como para os produtos agrícolas e alimentares, que poderiam ver reduzida de forma acentuada a sua procura no mercado americano.